A carne nossa de cada dia
- Nossa! Eu ainda vou patentear esse tipo de transporte na terra!
- Vai ser difícil colocar isso em um esquema mecânico...Olhe que bela fazenda, Dinei, tudo aqui é produtivo, a terra é arável, há água em abundância, muitos animais para ajudar no trabalho; um pequeno paraíso, não lhe parece?
- Sim...Eu pensava em ter uma assim quando ficasse mais velho, mas houve um cavalo no meio do caminho, no meio do caminho houve um cavalo...
- Mas nem tudo é o que aparenta, irmãozinho, aqui há muita dor e sofrimento, nada se planta nessas terras, nem mesmo há um pomar para saborear-mos alguns frutos, aqui só há morte. Milhares de animais são sacrificados anualmente para matar a fome dos homens, sem necessidade.
- Como assim, sem necessidade? Se os indianos comessem carne de vaca, eles não teriam ninguém passando fome por lá! E os pobres? Onde iriam buscar proteínas para se sustentar? E esses bichos são criados para isso mesmo, não tem nenhum animal selvagem aqui, portanto não ofende a natureza.
- Agradeça a Deus pela santa oportunidade que você está tendo nesse momento de conhecer a verdade, Dinei, tão poucos sabem a verdadeira natureza do que comem. Na Índia, terra do fogo ariano, da chama sagrada, os ensinamentos primordiais foram deturpados com o passar dos séculos, chegando à aberração de considerar animais como sagrados, em cujos corpos vivem deuses e deusas. E não são apenas as vacas, também ratos, macacos e por aí vai. A fome na Índia não está ligada a falta do que comer e sim a um sistema perverso de castas, onde poucos podem tudo e a maioria nada. Você pode imaginar este país continental, dando estudo e terras para seu povo, de todas as castas, passando fome? Claro que não! Superstições e credos equivocados levam a ignorância, a ignorância leva a violência religiosa e a violência leva a estagnação dos progressos da nação. Assim, mesmo tendo uma das maiores extensões de terras entre todos os países, seus pobres são maioria na população. Por isso, não culpe a coitada da vaca! E entre todos os povos da terra, os indianos são um dos mais abençoados, pois lá nasceu Sidarta, o Buda, quer maior ajuda do que essa?
- Bem...
- Quanto as proteínas que você diz, faltaria aos pobres, isso é tolice! A natureza está de conformidade com os ditames Divinos, ou seja, nada falta ou faltará aos seres para se alimentarem, desde que não abusem dos recursos lhes dado. Nos alimentos encontrados na flora, em nenhum falta o necessário para o sustento do corpo material. As combinações dos legumes, frutas e verduras, além de alguns outros vegetais, nutrem completamente com proteínas, metais e tudo o mais que o corpo precisa para viver neste planeta. Não é desculpável matar para viver, seja um animal selvagem ou doméstico. Carne para alimentar a carne: grande burrice!
- Os médicos e cientistas dizem que o ser humano precisa da carne como alimento.
- Diziam. Hoje os estudos da nutrição estão mais adiantados, e o que era realidade para alguns, já não é mais para outros, as experiências demonstraram que o ser humano pode perfeitamente substituir a carne por um sem números de vegetais, basta procurar conhecê-los. Além disso tudo, a carne é depositária de doenças parasitárias e viróticas, para que, então, arriscar a saúde?
- E por que isso não é mais divulgado? Ensinado nas escolas para as crianças saberem? Mostrado em programas de televisão e daí por diante?
- É simples: Dinheiro. Muitos empregos e muito poder por trás
da pecuária em todo o mundo fazem que ela seja um dos
pilares do progresso de uma nação. Um país exportador de
carne como o Brasil não pode prescindir das divisas que ela
trás, porém, isso ainda vai mudar no futuro, assim que
evoluirmos mais e mais...
- Se é imprescindível para o progresso do país, como isso pode mudar?
- Com o tempo. Se todas as pessoas parassem de uma vez só de comer carne, com certeza haveria uma desorganização social muito grande por todo o mundo, pois os agronegócios geram milhões de empregos. Mas devagar, grupos por grupos, as tensões no sistema seriam diluídas, e em poucos séculos ninguém mais se lembraria que matavam seres vivos para comer.
- Daniel, você, como sempre, está certo, mas ainda posso falar um monte de coisas defendendo o uso da carne como alimento.
- Por isso estamos aqui, para que conheça o lado espiritual de toda essa matança.
- Eu vou ver as pessoas matarem os bichos?
- Ora, você não gosta de uma boa picanha? Pois então, vamos ver como o seu prato favorito é preparado para chegar em seu churrasco!
- Eu tentei matar um peru uma vez no natal, não consegui, o bichinho me olhava de um jeito...Ou imaginava que olhava daquele jeito por me sentir culpado. Não sei se quero ver isso não...
- Eu também detesto ver este sofrimento e se não fosse por você eu evitaria de todas as maneiras vir a este ambiente cruel. Você aprenderá a traição que fazem aos seus irmãozinhos, inocentes seres que precisam de nós para ajudá-los no caminho de ascensão espiritual. Como nós, eles estão neste planeta para evoluir seus princípios inteligentes e necessitam de nossa boa-vontade para aprender os conceitos do raciocínio.
- Nós somos responsáveis por eles? Pensei que fosse uma evolução paralela à dos humanos.
- É paralela também. Os animais, de toda espécie, têm seus próprios cursos de evolução, porém, os animais mais próximos dos homens tendem a aprenderem conosco.
Principalmente os domésticos. Quando domesticamos qualquer animal, somos responsáveis por seu aprendizado, seu sustento e por seu bem estar emocional. Quando maltratamos um bichinho desses, seus sentimentos ficam confusos, eles não entendem o que fizeram de errado para sofrerem um castigo, eles só sabem que a pessoa que mais gostam está com algum problema, e tenta nos alegrar e brincar conosco, mesmo depois de terem sido agredidos.
- É verdade, meu cãozinho também fazia assim...
- São todos nossos irmãozinhos, qualquer crueldade com eles é uma ofensa a toda a vida e a nosso Pai.
- Mas é assim desde o começo do mundo, você acha possível mudar isso agora?
- Sim, Dinei, e já está mudando. Quando a maioria das pessoas souber o que alguns poucos já conhecem, vai ficar inviável a comercialização de carnes, pelo seu custo. Quando milhões comem seres vivos, o lucro vale a pena para quem mata, quando isso mudar, quando poucos milhares continuarem a comer, aí o custo de produção não valerá a pena. A própria natureza está tentando se proteger através de várias ações de cunhos genéticos, transformando vírus e bactérias, antes inofensivos, em agentes mais nocivos para os seres humanos. Mas isso é paliativo, pois com o tempo os homens encontrarão meios de lidar com esses agentes. Só há uma forma de mudar: Amor! Ninguém mata aquele a quem se ama! Você cozinharia seu cãozinho para matar sua fome, mesmo que fosse a única alternativa?
- Mas de jeito nenhum! Ele morreria comigo de fome, mas jamais faria isso!
- Pois! Apenas amando mudaremos essa situação.
- Bem, se temos que ir vamos indo?
- Está bem. Lembre-se: Se começar a se sentir mal, pense em mim, não entre na faixa do que veremos a seguir. Fique em minha sintonia, compreendeu?
- Tudo bem.
- Vamos começar por ali, aquele homem está indo buscar um
porco para uma festa que terá lugar esta noite na casa
grande. Vamos segui-lo... Olhe que lindo animal, apesar de
sua obesidade forçada pelo homem, ainda guarda as
melhores características de sua raça. Agora você deve
acompanhar o que ele está sentindo e me dizer.
- Como?
- Eu vou ampliar sua percepção e poderá sentir o animal.
- Está bem...
- O que está sentindo?
Dinei, com a sua sensibilidade ampliada por Daniel, percebe a alma do animal, que dentro de sua evolução ainda no princípio, passa seus rudes sentimentos ao jovem aprendiz, que nunca havia tido tal experiência e nem imaginava que um animal pudesse sentir.
- Não sei bem...Parece que ele está com medo...E triste...É isso mesmo! Ele está triste...Mas como?...Ele sabe! Ele sabe que vai morrer, meu Deus! O medo que ele sente é humano, Daniel! Ele gosta deste homem, e não entende o porque vai ser morto pelo mesmo ser que o alimenta! Ele sabe! Ele sabe que vai morrer e está triste! Ele está sem reação por ter a compreensão que não adianta resistir, vai seguir seu dono até o matadouro, seu medo está aumentando...Ele olha pedindo para não ser morto, mas o homem não entende seus pensamentos, que, aliás, não são exatamente pensamentos, é mais como sentimentos...É sim, formas de pensamentos, querendo dizer o que se sente! Chega, Daniel! É muito triste! Pare, por favor!
- Está tudo bem, Dinei, já parei. Pare de chorar, meu irmão, infelizmente tive que lhe fazer sentir essa dor para marcar seu coração, para que nunca esqueça esse ensinamento...Que ainda não acabou!
- Não? Talvez para você! Para mim acabou! Eu quero sair deste lugar!
- Tenha calma, venha cá, dei-me um abraço...
- Nunca senti nada parecido com isso...Aquele animalzinho está sentindo tanta coisa ao mesmo tempo. E por mais incrível que pareça, não sente raiva ou ódio por aquele homem.
- Esses sentimentos ruins não fazem parte da natureza, Dinei, ela só permite os instintos mais ferozes para que o animal possa sobreviver nos meios selvagens, entre os animais
domésticos esses sentimentos vão se tornando menos brutos,
vão evoluindo... Em Júpiter os animais já ajudam nos
afazeres domésticos, em outros mundos estão ainda mais
evoluídos.
- Sinto tanta pena dele, teremos mesmo que ver ele ser morto?
- Sim, para que possa ver o que acontece em volta desse assassinato.
- Estão pendurando ele, só agora ele começa a gritar. Pobrezinho, sem nenhuma defesa!
- Olhe a sua volta, esqueça o porco, veja a movimentação que está começando.
Em volta do matadouro, espíritos de baixíssima vibração rodeiam o animal e o homem que o está matando.
- Nossa! Que coisas horríveis! São pessoas parecidas com aquelas que vi junto aos traficantes lá na favela, são farrapos de gente. E estou sentindo coisas ruins, meu estômago parece que quer sair pela boca!
- Você está entrando na faixa vibratória deles, não permita. Pense em mim, para tornar mais forte os nossos laços de harmonia.
- Não é fácil segurar essa barra toda, Daniel. Pronto! Enfiaram o facão no bichinho! Quanta dor, meu Deus! Aqueles seres estão bebendo do sangue do porco! Que cena...!
- O que eles estão fazendo é sorvendo o princípio vital do sangue, e os fluidos funestos da morte violenta!
- Para que? Como eles podem agüentar tantos sentimentos ruins?
- Para se manterem na matéria, eles precisam roubar a vida que há no sangue, tornam-se mais fortes para atormentar a vida dos homens, quanto aos sentimentos macabros infestados nestas paredes, são análogos aos seus próprios, são fluidos iguais aos que carregam dentro de si. Eis de onde vem a carne da qual você se alimentava, e os fluidos que você ingeria junto com ela! Esse matadouro é apenas um de milhares, os métodos de matar diferem um do outro, mas a morte é a mesma!
- Você disse bem: Alimentava! Eu nunca mais vou comer outro ser vivo enquanto eu existir! Podemos ir embora? É tudo muito triste aqui, e ver essas formas de vidas se alimentando como demônios é horripilante!
- Podemos sim, mas antes vamos fazer uma oração para esses pobres irmãos perdidos no erro e em seus próprios infernos...
- Vai me desculpar, Daniel, mas eu vou rezar para esses monstros? Sinto muito, não vou não! Eles são a escória da vida, vivem só para o mal, não merecem minha prece!!
- Mas você já esqueceu tudo o que falamos sobre o perdão?
- Daniel, até esses aí eu tenho que perdoar?
- Por acaso não são eles que mais precisam do nosso perdão? Um santo não precisa ser perdoado, Dinei, só os que erram!
- Está bem, não consigo perdoá-los neste momento, mas posso rezar por eles com você.
- Já é um começo, mesmo o perdão precisa ser treinado...
PAI DE INFINITA BONDADE, EM JÚBILO
DIRIGIMO-NOS A VÓS PARA AGRADECER-MOS
A GRAÇA QUE PERMITE-NOS NESTE MOMENTO APRENDER-MOS SOBRE VOSSOS MISTÉRIOS.
AGRADECEMO-VOS, PAI, POR JÁ CONHECER-MOS
A VOSSA ONIPOTENTE EXISTÊNCIA.
MAS HÁ TANTOS QUE A DESCONHECEM E SOFREM
PELA FALTA DE AMOR A VÓS, SEM SABER QUE SOIS TODO AMOR.
E É POR ESSES IRMÃOS EM DESESPERO QUE VOS PEDIMOS, DEUS DE AMOR, PARA QUE POSSAM ENXERGAR O MÍNIMO DE VOSSA LÚZ.
ABENÇOE-OS, PAI, E A NÓS, PARA QUE TENHA-MOS SEMPRE A VOSSA FORÇA PARA AJUDÁ-LOS.
SEJA FEITA SEMPRE A VOSSA VONTADE E NÃO A NOSSA. VOSSA BENÇÃO, PAI, ASSIM SEJA!
- Puxa! Você sabe rezar bonito, hein? Mas aqueles seres saíram todos correndo.
- Eu sei...Aqueles pobres infelizes não suportam a luz.
- Vamos sair daqui, Daniel?
- Sim, creio que você soube entender tudo o que aconteceu aqui, não é?
- E como! Só espero agora poder ir para casa e ver a quantas anda minha família. Já podemos ir para minha casa?
- Quase. Vamos descansar um pouco, você passou muita tensão e é melhor se refazer com boas emoções.
- Lá vamos nós de novo para outra de suas viagens! Você está parecendo guia turístico, Daniel.
- É...Não havia visto por esse lado. Se eu precisasse, poderia ganhar algum dinheiro com isso.
- Agencia de viagens “Ao Morto Feliz”.
- Isso está mais para funerária, Dinei!
- Tem razão!
- Venha, vamos procurar um lugar mais alegre.
- Sim, vamos Ó Mestre dos Mestres...
- Que Deus me dê paciência...
Daniel segura gentilmente as mãos de Dinei, e desaparecem daquela paisagem.
- Nossa! Eu ainda vou patentear esse tipo de transporte na terra!
- Vai ser difícil colocar isso em um esquema mecânico...Olhe que bela fazenda, Dinei, tudo aqui é produtivo, a terra é arável, há água em abundância, muitos animais para ajudar no trabalho; um pequeno paraíso, não lhe parece?
- Sim...Eu pensava em ter uma assim quando ficasse mais velho, mas houve um cavalo no meio do caminho, no meio do caminho houve um cavalo...
- Mas nem tudo é o que aparenta, irmãozinho, aqui há muita dor e sofrimento, nada se planta nessas terras, nem mesmo há um pomar para saborear-mos alguns frutos, aqui só há morte. Milhares de animais são sacrificados anualmente para matar a fome dos homens, sem necessidade.
- Como assim, sem necessidade? Se os indianos comessem carne de vaca, eles não teriam ninguém passando fome por lá! E os pobres? Onde iriam buscar proteínas para se sustentar? E esses bichos são criados para isso mesmo, não tem nenhum animal selvagem aqui, portanto não ofende a natureza.
- Agradeça a Deus pela santa oportunidade que você está tendo nesse momento de conhecer a verdade, Dinei, tão poucos sabem a verdadeira natureza do que comem. Na Índia, terra do fogo ariano, da chama sagrada, os ensinamentos primordiais foram deturpados com o passar dos séculos, chegando à aberração de considerar animais como sagrados, em cujos corpos vivem deuses e deusas. E não são apenas as vacas, também ratos, macacos e por aí vai. A fome na Índia não está ligada a falta do que comer e sim a um sistema perverso de castas, onde poucos podem tudo e a maioria nada. Você pode imaginar este país continental, dando estudo e terras para seu povo, de todas as castas, passando fome? Claro que não! Superstições e credos equivocados levam a ignorância, a ignorância leva a violência religiosa e a violência leva a estagnação dos progressos da nação. Assim, mesmo tendo uma das maiores extensões de terras entre todos os países, seus pobres são maioria na população. Por isso, não culpe a coitada da vaca! E entre todos os povos da terra, os indianos são um dos mais abençoados, pois lá nasceu Sidarta, o Buda, quer maior ajuda do que essa?
- Bem...
- Quanto as proteínas que você diz, faltaria aos pobres, isso é tolice! A natureza está de conformidade com os ditames Divinos, ou seja, nada falta ou faltará aos seres para se alimentarem, desde que não abusem dos recursos lhes dado. Nos alimentos encontrados na flora, em nenhum falta o necessário para o sustento do corpo material. As combinações dos legumes, frutas e verduras, além de alguns outros vegetais, nutrem completamente com proteínas, metais e tudo o mais que o corpo precisa para viver neste planeta. Não é desculpável matar para viver, seja um animal selvagem ou doméstico. Carne para alimentar a carne: grande burrice!
- Os médicos e cientistas dizem que o ser humano precisa da carne como alimento.
- Diziam. Hoje os estudos da nutrição estão mais adiantados, e o que era realidade para alguns, já não é mais para outros, as experiências demonstraram que o ser humano pode perfeitamente substituir a carne por um sem números de vegetais, basta procurar conhecê-los. Além disso tudo, a carne é depositária de doenças parasitárias e viróticas, para que, então, arriscar a saúde?
- E por que isso não é mais divulgado? Ensinado nas escolas para as crianças saberem? Mostrado em programas de televisão e daí por diante?
- É simples: Dinheiro. Muitos empregos e muito poder por trás
da pecuária em todo o mundo fazem que ela seja um dos
pilares do progresso de uma nação. Um país exportador de
carne como o Brasil não pode prescindir das divisas que ela
trás, porém, isso ainda vai mudar no futuro, assim que
evoluirmos mais e mais...
- Se é imprescindível para o progresso do país, como isso pode mudar?
- Com o tempo. Se todas as pessoas parassem de uma vez só de comer carne, com certeza haveria uma desorganização social muito grande por todo o mundo, pois os agronegócios geram milhões de empregos. Mas devagar, grupos por grupos, as tensões no sistema seriam diluídas, e em poucos séculos ninguém mais se lembraria que matavam seres vivos para comer.
- Daniel, você, como sempre, está certo, mas ainda posso falar um monte de coisas defendendo o uso da carne como alimento.
- Por isso estamos aqui, para que conheça o lado espiritual de toda essa matança.
- Eu vou ver as pessoas matarem os bichos?
- Ora, você não gosta de uma boa picanha? Pois então, vamos ver como o seu prato favorito é preparado para chegar em seu churrasco!
- Eu tentei matar um peru uma vez no natal, não consegui, o bichinho me olhava de um jeito...Ou imaginava que olhava daquele jeito por me sentir culpado. Não sei se quero ver isso não...
- Eu também detesto ver este sofrimento e se não fosse por você eu evitaria de todas as maneiras vir a este ambiente cruel. Você aprenderá a traição que fazem aos seus irmãozinhos, inocentes seres que precisam de nós para ajudá-los no caminho de ascensão espiritual. Como nós, eles estão neste planeta para evoluir seus princípios inteligentes e necessitam de nossa boa-vontade para aprender os conceitos do raciocínio.
- Nós somos responsáveis por eles? Pensei que fosse uma evolução paralela à dos humanos.
- É paralela também. Os animais, de toda espécie, têm seus próprios cursos de evolução, porém, os animais mais próximos dos homens tendem a aprenderem conosco.
Principalmente os domésticos. Quando domesticamos qualquer animal, somos responsáveis por seu aprendizado, seu sustento e por seu bem estar emocional. Quando maltratamos um bichinho desses, seus sentimentos ficam confusos, eles não entendem o que fizeram de errado para sofrerem um castigo, eles só sabem que a pessoa que mais gostam está com algum problema, e tenta nos alegrar e brincar conosco, mesmo depois de terem sido agredidos.
- É verdade, meu cãozinho também fazia assim...
- São todos nossos irmãozinhos, qualquer crueldade com eles é uma ofensa a toda a vida e a nosso Pai.
- Mas é assim desde o começo do mundo, você acha possível mudar isso agora?
- Sim, Dinei, e já está mudando. Quando a maioria das pessoas souber o que alguns poucos já conhecem, vai ficar inviável a comercialização de carnes, pelo seu custo. Quando milhões comem seres vivos, o lucro vale a pena para quem mata, quando isso mudar, quando poucos milhares continuarem a comer, aí o custo de produção não valerá a pena. A própria natureza está tentando se proteger através de várias ações de cunhos genéticos, transformando vírus e bactérias, antes inofensivos, em agentes mais nocivos para os seres humanos. Mas isso é paliativo, pois com o tempo os homens encontrarão meios de lidar com esses agentes. Só há uma forma de mudar: Amor! Ninguém mata aquele a quem se ama! Você cozinharia seu cãozinho para matar sua fome, mesmo que fosse a única alternativa?
- Mas de jeito nenhum! Ele morreria comigo de fome, mas jamais faria isso!
- Pois! Apenas amando mudaremos essa situação.
- Bem, se temos que ir vamos indo?
- Está bem. Lembre-se: Se começar a se sentir mal, pense em mim, não entre na faixa do que veremos a seguir. Fique em minha sintonia, compreendeu?
- Tudo bem.
- Vamos começar por ali, aquele homem está indo buscar um
porco para uma festa que terá lugar esta noite na casa
grande. Vamos segui-lo... Olhe que lindo animal, apesar de
sua obesidade forçada pelo homem, ainda guarda as
melhores características de sua raça. Agora você deve
acompanhar o que ele está sentindo e me dizer.
- Como?
- Eu vou ampliar sua percepção e poderá sentir o animal.
- Está bem...
- O que está sentindo?
Dinei, com a sua sensibilidade ampliada por Daniel, percebe a alma do animal, que dentro de sua evolução ainda no princípio, passa seus rudes sentimentos ao jovem aprendiz, que nunca havia tido tal experiência e nem imaginava que um animal pudesse sentir.
- Não sei bem...Parece que ele está com medo...E triste...É isso mesmo! Ele está triste...Mas como?...Ele sabe! Ele sabe que vai morrer, meu Deus! O medo que ele sente é humano, Daniel! Ele gosta deste homem, e não entende o porque vai ser morto pelo mesmo ser que o alimenta! Ele sabe! Ele sabe que vai morrer e está triste! Ele está sem reação por ter a compreensão que não adianta resistir, vai seguir seu dono até o matadouro, seu medo está aumentando...Ele olha pedindo para não ser morto, mas o homem não entende seus pensamentos, que, aliás, não são exatamente pensamentos, é mais como sentimentos...É sim, formas de pensamentos, querendo dizer o que se sente! Chega, Daniel! É muito triste! Pare, por favor!
- Está tudo bem, Dinei, já parei. Pare de chorar, meu irmão, infelizmente tive que lhe fazer sentir essa dor para marcar seu coração, para que nunca esqueça esse ensinamento...Que ainda não acabou!
- Não? Talvez para você! Para mim acabou! Eu quero sair deste lugar!
- Tenha calma, venha cá, dei-me um abraço...
- Nunca senti nada parecido com isso...Aquele animalzinho está sentindo tanta coisa ao mesmo tempo. E por mais incrível que pareça, não sente raiva ou ódio por aquele homem.
- Esses sentimentos ruins não fazem parte da natureza, Dinei, ela só permite os instintos mais ferozes para que o animal possa sobreviver nos meios selvagens, entre os animais
domésticos esses sentimentos vão se tornando menos brutos,
vão evoluindo... Em Júpiter os animais já ajudam nos
afazeres domésticos, em outros mundos estão ainda mais
evoluídos.
- Sinto tanta pena dele, teremos mesmo que ver ele ser morto?
- Sim, para que possa ver o que acontece em volta desse assassinato.
- Estão pendurando ele, só agora ele começa a gritar. Pobrezinho, sem nenhuma defesa!
- Olhe a sua volta, esqueça o porco, veja a movimentação que está começando.
Em volta do matadouro, espíritos de baixíssima vibração rodeiam o animal e o homem que o está matando.
- Nossa! Que coisas horríveis! São pessoas parecidas com aquelas que vi junto aos traficantes lá na favela, são farrapos de gente. E estou sentindo coisas ruins, meu estômago parece que quer sair pela boca!
- Você está entrando na faixa vibratória deles, não permita. Pense em mim, para tornar mais forte os nossos laços de harmonia.
- Não é fácil segurar essa barra toda, Daniel. Pronto! Enfiaram o facão no bichinho! Quanta dor, meu Deus! Aqueles seres estão bebendo do sangue do porco! Que cena...!
- O que eles estão fazendo é sorvendo o princípio vital do sangue, e os fluidos funestos da morte violenta!
- Para que? Como eles podem agüentar tantos sentimentos ruins?
- Para se manterem na matéria, eles precisam roubar a vida que há no sangue, tornam-se mais fortes para atormentar a vida dos homens, quanto aos sentimentos macabros infestados nestas paredes, são análogos aos seus próprios, são fluidos iguais aos que carregam dentro de si. Eis de onde vem a carne da qual você se alimentava, e os fluidos que você ingeria junto com ela! Esse matadouro é apenas um de milhares, os métodos de matar diferem um do outro, mas a morte é a mesma!
- Você disse bem: Alimentava! Eu nunca mais vou comer outro ser vivo enquanto eu existir! Podemos ir embora? É tudo muito triste aqui, e ver essas formas de vidas se alimentando como demônios é horripilante!
- Podemos sim, mas antes vamos fazer uma oração para esses pobres irmãos perdidos no erro e em seus próprios infernos...
- Vai me desculpar, Daniel, mas eu vou rezar para esses monstros? Sinto muito, não vou não! Eles são a escória da vida, vivem só para o mal, não merecem minha prece!!
- Mas você já esqueceu tudo o que falamos sobre o perdão?
- Daniel, até esses aí eu tenho que perdoar?
- Por acaso não são eles que mais precisam do nosso perdão? Um santo não precisa ser perdoado, Dinei, só os que erram!
- Está bem, não consigo perdoá-los neste momento, mas posso rezar por eles com você.
- Já é um começo, mesmo o perdão precisa ser treinado...
PAI DE INFINITA BONDADE, EM JÚBILO
DIRIGIMO-NOS A VÓS PARA AGRADECER-MOS
A GRAÇA QUE PERMITE-NOS NESTE MOMENTO APRENDER-MOS SOBRE VOSSOS MISTÉRIOS.
AGRADECEMO-VOS, PAI, POR JÁ CONHECER-MOS
A VOSSA ONIPOTENTE EXISTÊNCIA.
MAS HÁ TANTOS QUE A DESCONHECEM E SOFREM
PELA FALTA DE AMOR A VÓS, SEM SABER QUE SOIS TODO AMOR.
E É POR ESSES IRMÃOS EM DESESPERO QUE VOS PEDIMOS, DEUS DE AMOR, PARA QUE POSSAM ENXERGAR O MÍNIMO DE VOSSA LÚZ.
ABENÇOE-OS, PAI, E A NÓS, PARA QUE TENHA-MOS SEMPRE A VOSSA FORÇA PARA AJUDÁ-LOS.
SEJA FEITA SEMPRE A VOSSA VONTADE E NÃO A NOSSA. VOSSA BENÇÃO, PAI, ASSIM SEJA!
- Puxa! Você sabe rezar bonito, hein? Mas aqueles seres saíram todos correndo.
- Eu sei...Aqueles pobres infelizes não suportam a luz.
- Vamos sair daqui, Daniel?
- Sim, creio que você soube entender tudo o que aconteceu aqui, não é?
- E como! Só espero agora poder ir para casa e ver a quantas anda minha família. Já podemos ir para minha casa?
- Quase. Vamos descansar um pouco, você passou muita tensão e é melhor se refazer com boas emoções.
- Lá vamos nós de novo para outra de suas viagens! Você está parecendo guia turístico, Daniel.
- É...Não havia visto por esse lado. Se eu precisasse, poderia ganhar algum dinheiro com isso.
- Agencia de viagens “Ao Morto Feliz”.
- Isso está mais para funerária, Dinei!
- Tem razão!
- Venha, vamos procurar um lugar mais alegre.
- Sim, vamos Ó Mestre dos Mestres...
- Que Deus me dê paciência...
Daniel segura gentilmente as mãos de Dinei, e desaparecem daquela paisagem.
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